A Borboleta que não saiu do casulo
Artigo II

Como vimos no artigo anterior, o processo da borboleta sair do seu casulo, lentamente, diante de grande dificuldade faz-se necessário para um correto crescimento. Vimos também a necessidade da dor para podermos sobreviver.
Uma pessoa estar depressiva num momento de dificuldade não só é normal, mas essencial para o seu desenvolvimento.
Quando não se pode sair do escuro e ver perspectivas de um futuro melhor é que realmente se está adoecido.
É preciso motivação e energia para conseguir vencer. Quando falta a energia já não se consegue, por exemplo, comer o necessário para se poder viver ou, por outro lado, pode-se comer exageradamente, o que atrai os mesmos sentimentos, os de doença e derrota.
Esta é depressão doença, verdadeira, digna de ser tratada.
Ela pode ser astênica (sem energia) ou camuflar-se em estilos de vida nada condizentes com a saúde ficando-se “eletrizado” não parando de trabalhar ou comendo-se compulsivamente, fumando-se ou bebendo demais, ou se utilizando de muitas outras drogas para se aliviar a angústia “que só pode se sentida fugazmente”, até ser aliviada com o “anestésico” adotado pela psique, ou físico já viciados.
Fica-se então preso num processo de muita dor, auto-lesivo, dormente ou acelerado.
É como dizemos anorexia (depressão melancólica) ou obesidade mórbida (depressão muitas vezes disfarçada no comer compulsivo) que podem ser duas faces de uma mesma moeda, a da depressão.
São formas diferentes e cíclicas de não se conseguir sair de um lugar mental, na maioria das vezes depressivo, fortalecendo-se então, a doença no corpo, como a única forma possível de se existir.
É preciso descobrir forças e métodos para se poder sair deste casulo sem se gerar mais doença, libertar-se deste aprisionamento, que faz com que o indivíduo permaneça imaturo com a sua saúde ou até com algumas partes da sua vida afetiva, a mercê do seu próprio sofrimento.
Para isto é preciso força, tratamento, apoio multidisciplinar com vários profissionais da saúde. Muita atenção, dedicação e paciência neste processo de crescimento e de aperfeiçoamento.
Autor: Dr. José Cervantes
Médico endocrinologista

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