A necessidade da dor



O sintoma dor serve para nos alertar sobre algo que está ocorrendo em nosso organismo que passou dos nossos limites, dos eixos de segurança e do equilíbrio, ou seja, “a corda pode arrebentar”, o “trem pode descarrilhar dos trilhos que até então pareciam seguros”.
A dor, como sintoma, é necessária e essencial para que possamos perceber partes do nosso corpo interligadas ao organismo como um todo. É como acontece “quando um membro da orquestra desafina”. Daí, toda a orquestra parece não tocar direito, ou vice-versa, para se chegar no dia do canto (do espetáculo), e ninguém ter percebido que aquele membro do grupo esteve / estava com problemas, era para ter sido afetado (desafinando) o grupo todo mesmo, vocês não acham...?”
Uma dor num dos joelhos pode vir denunciar um problema crônico, não valorizado anteriormente, na coluna, que veio a trazer problemas na postura, globalmente, e progressivamente, a ponto de afetar este joelho na atualidade. “Então, o problema, a causa da dor do joelho, vem a ser a coluna. Talvez ainda não seja esta a explicação. É mais provável ainda que o problema original tenha e venha com o erro na postura: Postura incorreta – que nome bonito!”
“Mas o que fazer para se melhorar uma postura incorreta?” Talvez a resposta seja a alongar-se a intervalos regulares em trabalhos de maior risco para a coluna (ou em trabalhos de maior tensão muscular ou postural). Talvez uma resposta mais adequada ainda, seja o fortalecimento da musculatura com exercícios físicos adequados. “Mas, e como arranjar tempo para se fazer o exercício?”
Pois é, talvez então a resposta, venha no sintoma de se ter que viver uma outra dor, não a fisica, mas sim a dor psíquica, a da elaboração de um luto, da perda de um lugar, de um jeito de se viver e colocar em “postura diante da vida”.
Será necessário “se fazer morrer de um jeito” para “se deixar” nascer de um outro jeito”, com muito menos dor física. Por exemplo ter-se-á que organizar-se para ter posturas mais adequadas no trabalho e fazer mais exercícios físicos.
Mas a dor, meus caros leitores, sinto em lhes dizer, continuará sendo necessária sempre para acordar-lhes para a sintonia com a vida e equilibrar-lhes em partes do seu organismo para que o todo, do organismo, tente tocar “ a melhor sinfonia, em sintonia possível. Mas com certeza sempre iremos desafinar e a dor, essa sempre vai reaparecer, para nos acordar durante à noite ou para nos lembrar de nossos limites durante o dia.


Fonte: José O. Cervantes Loli
Médico Endocrinologista e Metabologista. Membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Membro da ABMP (associação Brasileira de Medicina Psicossomática-SP).

Clinica Cervantes
Fone (43) 3424-2344

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