Transtornos de Ansiedade

O transtorno de Ansiedade mais comum é o da Ansiedade Generalizada (TAG). Nesta, ocorre uma preocupação freqüente e duradoura sobre diversas circunstâncias da vida, porém diferente da Doença do Pânico ou da fobia social que são outros importantes distúrbios de Ansiedade. Nestas, a preocupação se dá, respectivamente, com um novo possível ataque de pânico e de ter alguma outra doença psíquica, ou com o medo específico de algum contato social que pudesse trazer alguma sensação de impotência, limitando assim a vida social do indivíduo.
Cada pessoa apresentará seus sintomas específicos, individuais, característicos da sua Ansiedade. Por isso é necessário além do rótulo da doença, ajudar o indivíduo a encarar-se com as suas peculiaridades e história de vida. Só assim o tratamento poderá ser efetivo no longo prazo. Costumo exemplificar no meu consultório sobre a “historinha do trem”: Se um garoto ficasse um dia com o seu sapato preso na linha do trem e não conseguisse desamarrá-lo rapidamente para sair do local, vendo o trem se aproximar com o seu barulho e apitos frenéticos, até o ultimo momento em que o trem chegasse bem perto dele e aí ele conseguisse tirar o sapato dali, ele não morreria, porém provavelmente ficaria armazenado para sempre na sua memória inconsciente, aquele medo, sintomas e sinais de profunda ansiedade, um medo patológico vinculado ao som daquele angustiante apito. Anos depois quando adulto, em qualquer lugar que ele estivesse, escutando, mesmo à distância um barulho de trem ou o seu apito, seus sintomas de ansiedade apareceriam automaticamente sem que ele se lembrasse daquele evento traumático lá do passado, mas sofreria um grande bocado caso estivesse, por exemplo, trabalhando num local onde fosse possível continuar ouvindo aquele barulho. Por isso sempre é importante analisar o indivíduo, além de tratar a sua doença.
Fazer o tratamento do sintoma psíquico sempre é importante, porém não menos importante é correlacioná-lo os sintomas do doente com a sua história de vida para que ele compreenda os fatores desencadeantes da sua ansiedade, podendo assim não só prevenir o surgimento de novas crises, mas também colaborar para que ele melhor possa enfrentá-las. É como se o médico pudesse estender-lhe a mão para andar melhor diante das dificuldades que surgirão no tempo de tratamento e o paciente ansioso cada vez mais se fortalecesse colaborando para o tratamento medicamentoso, na maioria das vezes, necessário.

Dr. José Cervantes Loli. Endocrinologista e especialista em Medicina Psicossomática. Apucarana. (43) 3424 2344.


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