"O MÉDICO, ESSA DROGA DESCONHECIDA"


"O médico, essa droga desconhecida" é titulo de um livro para acadêmicos de medicina que pode marcar toda uma carreira profissional de médico. O Dr. Helio Luz é o autor, e professor da cadeira de Psicologia Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele nos coloca, de forma brilhante, o quanto à personalidade do médico pode não só influenciar, mas também favorecer a aderência do paciente no tratamento. Sabe-se desde Hipócrates, o pai da medicina, o quanto a fácies hipocrática (a face do paciente) pode “revelar” de preciosidades para o médico, mesmo que o paciente não falasse! E para alguns pacientes como é difícil começar a falar. Muitas vezes é o médico quem deve abordá-los “através das supostas palavras que não saem deles”. Ou tem (os médicos) que codificarem muitos sentimentos que naquele momento ainda não aparecem ou “parecem não existir”, a não ser quando manifestados através de dores e sintomas físicos. Nesta relação delicada que se inicia entre médico e paciente pode se instalar um pressuposto clima de esperança, mas por outro lado, também o de uma “sentença”: é assim que muitos pacientes se sentem ao chegar num consultório médico: muito ansiosos, com medo de uma doença grave, quem sabe até incurável! Se o médico “for feliz” de permitir a eles falar um pouco do sofrimento psíquico naquele momento, possivelmente muitos dos seus medos e fantasias inconscientes que os levariam a adoecer ainda mais poderiam também, estar sendo tratados! É disto que a Medicina Psicossomática (do corpo e da alma) trata: de fazer uma ponte entre o corpo e a mente (emocional), auxiliando o indivíduo para a sua libertação.
Desta forma, quando o paciente precisasse novamente procurar “o seu médico” (a sua droga desconhecida), voltaria mais confiante, menos temeroso e mais aberto para falar dos seus problemas. Assim ele poderia se sentir melhor e confidenciar-se mais cedo sobre os seus sintomas, prevenindo-se precocemente de doenças para as quais ele teria uma grande predisposição genética, como para o infarto ou o câncer.
  É preciso tratar a doença, mas ao médico é concedido ainda, um “poder” maior! Ele pode ajudar o doente a rever também o que está fazendo com a sua própria vida. Induzi-lo a alguns momentos de reflexão em meio à correria do dia a dia. Tudo isso para ele melhorar holisticamente e se proporcionar uma melhor qualidade de vida.

Dr. José Cervantes Loli
Endocrinologia/ Medicina Psicossomática.
(43) 3424 2344.

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