Cirurgia de Obesidade
Na clinica
de Endocrinologia a obesidade é uma das doenças mais freqüentes e que remete os
pacientes ao maior número de complicações clinicas, inclusive emocionais.
A maior
parte dos casos de obesidade se caracteriza pelos graus 1 e 2, ou seja
obesidade de leve a moderada (IMC menor do que 40). IMC significa Índice de
Massa Corporal; é calculado dividindo-se o peso em kg pela altura em metros, ao
quadrado. Ele indica o grau de gravidade da obesidade.
A obesidade
grau 3 ou obesidade mórbida vem crescendo internacionalmente e um grau bastante
alarmante. No Brasil, a quantidade de obesos mórbidos passa a assustar a
população médica, pois só perde para os Estados Unidos da América na
prevalência.
O tratamento
mais procurado e talvez o mais indicado para a obesidade mórbida é o cirúrgico,
através da denominada cirurgia bariátrica. A cirurgia consiste em reduzir
drasticamente o volume estomacal e fazer-se “derivações digestivas” capazes de
causar disabsorção a nível intestinal, ou seja, “desnutrição crônica”. Obesos
moderados (IMC entre 35 e 40) também teem indicação cirúrgica desde que tenham
doenças associadas como o diabetes, a hipertensão arterial. Sabemos que as
cirurgias de redução de estomago com desvio intestinal podem “curar” o diabetes
em até 90 % dos casos.
Atualmente
tem-se indicado a cirurgia para casos de obesidade menos grave, inclusive para
prevenção do diabetes. Mas ainda se necessita de maiores estudos sobre estas
técnicas.
Por tal motivo
o obeso mórbido pós-cirurgia bariátrica, passa ser um “novo paciente” até então
pouco conhecido pela medicina, com risco de complicações clínicas emocionais e
de trato físico, antes pouco abordadas.
Como a
cirurgia bariátrica no Brasil já assumiu a segunda posição, no “ranking”
internacional, deduz-se que muito teremos que aprender, estudar e descobrir na
prática clínica.
Considero o
trabalho das especialidades associadas nos cuidados com este tipo de paciente
operado, como primordial. Entre eles podemos destacar o da psicologia, o da Endocrinologia,
Nutrição, Psiquiatria, Fisioterapia, Educação Física, entre outras
especialidades.
Os benefícios
da cirurgia são indiscutíveis, porém é necessário a conscientização do obeso
operado de que ele deve continuar o acompanhamento clínico, mesmo que emagrecido
para se evitar complicações futuras, inclusive com risco de morte devido à
desnutrição crônica.
Dr. José O. Cervantes Loli
CRM 14983
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