DIABESIDADE


O diabetes vem assumindo uma proporção epidêmica na população adulta. Em parte isto ocorre por vivermos mais tempo e por esta se tratar de uma doença degenerativa. O seu risco de aparecimento aumenta com o avançar da idade e também em conseqüência da obesidade que se transformou numa epidemia mundial. A relação entre o diabetes do tipo 2 e a obesidade hoje é tão estreita que criou-se um termo que bem os define: Diabesidade.
Os dois tipos mais importantes de diabetes são o tipo 1 e o tipo 2, sendo o tipo 2 responsável por aproximadamente 80% dos casos da doença, principalmente nos adultos. Com o aumento da obesidade infantil as crianças passaram a ter também o diabetes tipo 2 e não mais somente o diabetes tipo 1, como se observava antigamente.
As pessoas que apresentam maior risco de se tornarem diabéticas são as adultas, com obesidade associada ao sedentarismo, especialmente nos casos de obesidade abdominal ou visceral (ou “obesidade em maçã”). As mulheres nas quais tiveram em seus partos, recém-nascidos com mais de 4 kg de peso associado a um alto ganho de peso corporal durante a gestação, teem um risco muito elevado nos próximos anos de vida de virem a apresentar diabetes tipo 2, principalmente aquelas que apresentaram o Diabetes Gestacional.
Esses recém-nascidos muito pesados têm alto risco de se tornarem adultos obesos e também futuros diabéticos tipo 2. Assim como os recém-nascidos com baixo peso para a idade gestacional, provavelmente por apresentarem uma carência muito grande de nutrientes no período de gestação.
A obesidade infantil é sempre difícil de ser percebida, ou muitas vezes pode ser “negada” pelos pais e então quando um dos pais já é diabético, o risco desta criança também vir a ser um diabético, é quatro vezes maior do que as crianças em geral.
O diagnóstico de diabetes é feito a partir de uma glicemia de jejum com um valor maior ou igual a 126mg/dl ou quando a glicemia é maior ou igual a 200 mg/dl 2 horas após uma das principais refeições. Sabe-se que uma glicemia entre 100 e 110 são suspeitas, especialmente em pessoas com “obesidade em maçã”. Glicemias maiores do que 110 mg/dl e menores do que 126 mg/dl trazem indicação de submeter o paciente a um exame rotulado de curva glicêmica (Teste Oral de Tolerância à Glicose) para se fazer um diagnóstico precoce de diabetes tipo 2.
Para se determinar se uma pessoa está obesa ou não, calcula-se o Índice de Massa Corporal (IMC). IMC = Peso ÷ estatura (m) ao quadrado. Assim, por exemplo, uma pessoa que pesa 80 quilos e mede 1,80m terá um IMC de 24,69 kg/m² e não é considerada obesa. Somente um IMC ≥ 30 kg/m² determinará que esta pessoa já é obesa. Valores de IMC entre 25 e 29,9 são considerados de sobrepeso, mas mesmo a pessoa ainda não estando obesa já pode apresentar risco para a “obesidade em maçã”; isto ocorre especialmente nos orientais.
Começa-se a suspeitar de “obesidade em maçã” quando a medida da cintura, em centímetros, na altura do umbigo for: ≥94 para homens e ≥ 88 para mulheres. É este tipo de obesidade, que associada ao diabetes vem caracterizar a Diabesidade. Quando ainda vêem associado com o “kit” hipertensão arterial e dislipidemia (aumento de colesterol e triglicérides) pode também ser denominada de Síndrome Plurimetabolica, com elevado risco cardiovascular.
O combate à obesidade é a principal prevenção do diabetes do tipo 2. Sabe-se que uma redução de pelo menos 5% do peso corporal através de mudanças alimentares e introdução de uma atividade física regular é capaz de adiar o aparecimento do dibetes e melhorar muito o risco cardiovascular.
A alimentação consiste em ser consumida em pequenas porções, várias vezes ao dia e com um alto teor de fibras (vegetais) e uma baixa quantidade de gordura e frituras. Os “açucares simples” devem ser substituídos por adoçantes artificiais, assim como os doces devem ser evitados e substituídos por doces diet, em pequenas porções; deve-se proceder da mesma forma com os refrigerantes. A inclusão de cereais integrais é sempre bem vinda!
A atividade física não precisa ser intensa, mas sim apresentar uma regularidade, como por exemplo, para começar, uma caminhada três vezes na semana em local e com calçados adequados.
A medicação varia tanto para o diabetes, quanto para se proporcionar perda de peso ou distúrbios de depressão ou ansiedade que são fatores que contribuem indiretamente tanto para se descompensar o diabetes, como para piorar a obesidade. No diabetes do tipo 2 as medicações utilizadas normalmente são por via oral e com o passar dos anos pode ser nesessário o uso da insulina injetável. Outras propostas novas para o tratamento do diabetes e da obesidade ainda estão em experimentação.

Fonte Dr. José O. Cervantes Loli

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