Diabetes e Insulina – Um breve histórico.

Bem antes de Cristo há mais de 3500 anos atrás surgiram os primeiros relatos de uma doença que fazia o doente urinar muito. Na Índia, no livro Veda, já se dizia tratar de uma urina bastante doce e que atraia insetos. O doente apresentava uma sede intensa devido a uma grande desidratação adquirida pelo excesso de urina, pois esta jorrava feito um sifão e foi descrita pela primeira vez pelo médico grego Areateus da Cappadocia, no ano 200 antes de Cristo, pelo termo Diabeinein, que quer dizer Diabetes.

Além disso, descrevia-se que o paciente apresentava intensa desnutrição chegando ao cadaverismo e evoluindo para a morte. Em seguida, veio do latim, para compor o nome da doença, a palavra Mellitus, que significa mel, alusão à urina doce do diabético.

Apenas em 1878 é que se conseguiu comprovar que o açúcar estava elevado na corrente sanguínea e que se tratava de uma doença metabólica.

Em 1921 o cientista Banting foi reconhecido com o prêmio Nobel de medicina devido à descoberta da dupla Banting e Best ao descobrir uma nobre substância chamada insulina, produzida dentro das células do pâncreas, organizadas de forma insular, em pequenas ilhas denominadas de ilhotas de Langherhans; daí vem o termo insulina.

A insulina, quando liberada na corrente sanguínea, tem a função de não deixar a glicose (açúcar no sangue) subir. A partir daí a insulina veio a salvar milhares de vidas deixando para trás uma era horrorosa de desidratação, desnutrição, dietas extremamente rígidas que eram adotadas para o tratamento do diabetes, fome, e desespero.

Em 1922 surge a primeira insulina comercial, após o primeiro teste terapêutico com insulina extraída de animal realizado no Canadá. O primeiro garotinho a ser tratado com ainsulina foi Leonardo Thompson, até então submetido a uma dieta para diabético incompatível com a vida ( no total de 450 calorias). Esse fato foi descrito assim, pela imprensa: “Foi como uma ressurreição, um despertar, um palpitar, como o despontar da primavera”.

Em 1980, surge a primeira insulina humana, com menor risco de reações e alergias, como aquelas normalmente causadas pelas insulinas bovinas e suínas. A partir daí, a ciência não parou mais na inovação do tratamento do diabetes e diferentes tipos de insulinas humanas e técnicas mais confortáveis para aplicação vêem colaborando para a melhora da qualidade de vida dos diabéticos.


Dr. José O. Cervantes Loli

Endocrinologista & Metabologista

(43) 3424 2344.



.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Excesso de insulina

Sintomas do hipertireoidismo