Entrevista com a Dra Maria Salete Arenales-Loli para o Jornal Folha de Londrina - 07/01/2013
Emagrecer sem cirurgia é possível
Reduzir as medidas do corpo por conta própria exige
grandes mudanças de comportamento. O primeiro passo é quebrar uma rotina que
está muito enraizada, recomenda a psicológa Maria Salete Loli, perder peso não
é tarefa fácil, principalmente para as pessoas que durante toda a vida
conviveram com os quilos extras na balança. A obesidade é vista como um
problema que possui várias razões determinantes e o combate a ela é dificultado
pela quantidade de propaganda que incentiva o consumo de alimentos pouco saudáveis.
Apesar de tantas questões que favorecem o problema, é possível, sim, emagrecer
sem a famosa cirurgia bariátrica.
A psicóloga Maria Salete Arenales Loli explica que
a missão é possível mas não é fácil. ''Para emagrecer sozinha, a pessoa precisa
se dar conta de que a sua vida terá que virar de cabeça para baixo. As mudanças
são enormes'', explica. Conforme ela, o primeiro passo é quebrar uma rotina que
está muito enraizada na vida da pessoa.
Para que o processo tenha sucesso é preciso fazer o
indivíduo descobrir coisas e adotar ações que ajudam a emagrecer. Salete afirma
que muitos pacientes obesos não conhecem parques e espaços para a prática de
esportes que muitas vezes ficam próximos à casa ou ao trabalho deles. Ela
acrescenta que algumas pessoas apresentam desequilíbrio metabólico e, por isso,
o acompanhamento de um endocrinologista é importante durante o período que
pretendem perder peso.
Terapia
A psicoterapia é considerada parte fundamental do
tratamento. A psicóloga explica que é muito comum o próprio paciente perceber
que a obesidade tem uma relação muito próxima com a questão emocional. ''Muitos
pacientes tem dificuldade de enfrentar sentimentos como angústia, depressão,
solidão e raiva e acabam comendo quando precisam lidar com eles'', afirma.
Segundo ela, esta questão é o principal motivo dos pacientes se afastarem da
terapia.
A psicóloga disse ainda que embora a maioria das
pessoas usem o recurso de comer nos momentos de estresse, algumas fazem mais
uso deste artifício e acabam desenvolvendo um desequilíbrio
endocrino-metabólico. ''Neste momento o problema passa da ordem emocional para
a ordem fisica'', salienta a psicóloga. De acordo com Maria Salete, identificar
o momento da vida que marca o início do ganho de peso é fundamental porque isso
tem um significado importante na história do paciente e reflete no andamento da
terapia.
Apesar de ser possível uma pessoa com obesidade
grave emagrecer apenas com psicoterapia e mudança de estilo de vida, a
psicóloga admite que este tipo de caso é mais raro. Para ela, a motivação para
emagrecer é fundamental durante todo o processo e a psicoterapia é tão
importante para aqueles que querem emagrecer por conta própria quanto para os
que optam pela operação. ''A psicóloga pode ajudar o indivíduo a fazer bom uso
da cirurgia para que ele não tenha reganho de peso futuramente'', explica.
Segundo ela, outro desafio enfrentado por quem quer
emagrecer é o preconceito, até mesmo dentro da própria família. ''Famílias de
obesos muitas vezes se colocam contra aqueles que querem emagrecer e criticam
comportamentos mais saudáveis'', afirma. Ela alerta que a influência da
publicidade que estimula o consumo de alimentos pouco saudáveis, a dificuldade
de lidar com as emoções e o desequilíbrio metabólico são os principais fatores
responsáveis pelas causas do grande número de obesos atualmente.
Michelle
Aligleri
Reportagem
Local
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